- Educação Profissional e a Educação de Jovens e Adultos
- Educação Profissional para a Educação do Campo: desafios e perspectivas
- O PROEJA no Amazonas: desafios da profissionalização para jovens e adultos
- Educação Especial nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia: possibilidades e desafios
- Educação Profissional e Tecnológica Intercultural ...
Como enfrentar esses novos desafios na EJA?
ResponderExcluirOlá Gilmar, posso indicar alguns caminhos, sem esgotar a discussão ou ser uma receita. Posso dizer que precisamos olhar a EJA como direito humano. Desse lugar, entender que nosso país necessita de uma política pública de educação nacional, que garanta permanência e êxito de todos os estudantes, sejam eles crianças, jovens e adultos. De nosso lugar, podemos começar repensando o espaço que a EJA ocupa em nossas instituições. Quem são seus professores? Como os sujeitos são tratados e reconhecidos? Que recursos e materiais mobilizamos para a oferta de cursos dessa natureza? Respondendo a estas questões podemos repensar e criar estratégias para enfrentar esses desafios da EJA/EPT.
ExcluirParabéns, Professora Neyla. É sempre um privilégio ouvir a sua sabedoria e sensibilidade a respeito da Educação de Jovens e Adultos. Estou há anos, preocupada como Gestores têm se esquivado desse debate, também descontente com a falta de oferta e de como é feita quando acontece. Infelizmente a EJA é tratada com menosprezo. É um debate que precisa ser pautado.
ExcluirGratidão, Professora. A Senhora é referência nesse Brasil!
Ana Maria Anunciação da Silva.
Oi Ana, é uma alegria encontrá-la aqui, mesmo que virtualmente. A questão da EJA, principalmente nos municípios, é algo sensível que precisamos enfrentar. Há descaso e falta de vontade política na educação do povo pobre. Isso se reflete também nas políticas públicas de educação, que ignoram a estreita relação entre educação e desenvolvimento, principalmente desenvolvimento humano e social. Exemplo disso está no financiamento das turmas de EJA e na pouca ação de busca ativa, mesmo diante desse cenário crescente de jovens que abandonam o Ensino Médio sem concluir sua escolarização. Ainda temos um longo caminho a percorrer...
ExcluirExcelente apresentação! Mas senti falta quando vc falou sobre o perfil elitizado dos estudantes da EPT da inserção da Política de Cotas que acabou mudando este perfil. Nivia Barreto dos Anjos.
ResponderExcluirObrigada Nívia! Sim, a política de cotas foi fundamental para instituições tradicionais como os IFs olharem ao seu redor e refletir sobre seu lugar como instituição pública de educação. No entanto, nosso olhar institucional ainda é segregador ao utilizarmos processos seletivos excludentes, o que impacta diretamente no público que é sujeito da EJA. A lógica da permanência e êxito perpassa por esse diálogo e acolhimento com a comunidade de nosso entorno.
ExcluirObrigada!
ExcluirParabéns pela conferência. Fico muito feliz com essa oportunidade de diálogo e partilha de conhecimentos. Observamos que estes desafios são constantes, por isso, são considerados velhos e novos. Nessa perspectiva, sabemos que a luta pela garantia de Políticas Públicas que possam assegurar esse ensino de qualidade e referenciado para o povo. Gostaria de saber, sobre sua visão da proposta de inserção da EJA na BNCC. Você concorda? Ou acredita que a EJA não deveria se limitar a BNCC? Abraços. Rafaella Gregório de Souza.
ResponderExcluirOlá Rafaella, obrigada pela sua presença! A questão do currículo e da BNCC para a EJA são questões que muito nos faz refletir. A primeira vista, a não inclusão da EJA na BNCC nos abre a possibilidade de construção de currículos mais flexíveis e contextuais. Por outro lado, nos preocupa a ausência e invisibilidade, mais uma vez, de políticas educacionais que percebam a EJA como modalidade importante no país. Além disso, essa ausência pode implicar em diminuição ou ausência de financiamento, o que poderia fragilizar ainda mais a modalidade.
ExcluirExcelente explanação!Desde já agradeço pela partilha de conhecimentos e experiência!Tive a oportunidade de acompanhar como docente o trabalho desenvolvido com jovens a adultos na esfera estadual na Bahia e, infelizmente, pude constatar um distanciamento entre a realidade dos alunos e a forma como a EJA está integrada à educação profissional e ao mundo do trabalho.Observei uma grande heterogeneidade no nível de escolaridade dos alunos e estudantes-trabalhadores de áreas muito diversificadas numa mesma sala-curso, o que muitas vezes dificultava a abordagem e a concretização dos objetivos didáticos propostos. Gostei muito da sua fala: " Não podemos abandonar os estudantes, especialmente os que estão na linha de frente da pandemia. São os nossos alunos de EJA!". Demonstra uma visão muito humanista da educação! Gostaria de saber a sua opinião acerca de como iremos inserir o público EJA ao novo normal no que refere ao uso das TIC´s (tectnologias da informação e comunicação)?
ResponderExcluirOla Leila, obrigada por partilhar sua experiência e sua presença neste evento. Acredito que os sujeitos da EJA tem direito a ser/estar inseridos nessa sociedade tecnológica. Precisamos pensar em uma perspectiva em que utilizar e dominar a tecnologia é estratégia de poder e autonomia. Necessitaremos coletivamente buscar meios de acesso a internet de qualidade, equipamentos adequados e, prioritariamente, sintonizar os conhecimentos e práticas de nossas salas de aula com a vida cotidiana dos sujeitos, que os auxilie a entender a realidade e a interferir na mesma. Nossos estudantes são trabalhadores (empregados, desempregados, informais ou não) e essas tecnologias estarão cada vez mais presente nos processos produtivos. É fundamental que o conhecimento e a tecnologia permita que nossos estudantes-trabalhadores compreendam os processos em que eles estão atuando, não apenas para trabalhar melhor, mas para repensar as relações que o trabalho e sua condição de impõem.
ExcluirGean Carlo Soares Capinan
ResponderExcluirExcelente contextualização da situação do EJA/EPT no nosso sistema de ensino, acredito ser fundamental essa qualificação do trabalhador, no entanto uma das grandes problematicas que vem sendo apresentada por diverasa entidades é a evasão nos cursos ofertados. Nesse sentido, quais as estratégias que a Sra. acredita ser de fundamental importância para que esse sujeito permaneça e consiga completar o seu curso?
Olá Gean, grata pela sua presença! A questão da permanência e das ausências dos estudantes da EJA, principalmente neste período de pandemia, necessitará de um processo de acolhimento e acompanhamento cada vez mais próximo. Nossas instituições terão que lidar com os estudantes que se mudaram, que adoeceram, que perderam seus entes, seus empregos... Ouvir e acolher as dores e necessidades desses estudantes pode ser um diferencial em sua permanência. Esse seria um primeiro e humanizante passo.
ExcluirUma reflexão necessária e importante! Mostra como ainda precisamos enfrentar desafios enormes em relação à Educação de Jovens e Adultos. Muito pertinente e engajada a sua fala, reforçando o compromisso ético, afetivo e pedagógico com os sujeitos da EJA, algo essencial e imprescindível. Obrigada pelas palavras, Neyla! Sua fala foi muito enriquecedora. Eliane Silva de Queiroz
ResponderExcluirOi Eliane, muito grata por suas palavras e sua presença! A EJA/EPT é um espaço muito rico e comprometido com uma educação pública que está voltada a formação de nosso povo.
ExcluirQuais as principais dificuldades enfrentadas pelos alunos do EJA em época de pandemia? E pelos professores?
ResponderExcluirOlá Janaina, acredito que sua pergunta é sensível e inquietante. Nossos estudantes enfrentam o primeiro e primordial desafio que é o direito de viver. Segurança ao trabalhar, para se alimentar, para conviver com suas famílias... Além disso, nossos estudantes demonstraram com as diversas tentativas de ensino remoto o abismo digital que nosso país possui. Há residências em que o meso celular é utilizado por toda família. Um outro elemento que necessitamos nos atentar diz das demandas do ambiente doméstico. A escola, para nossos estudantes, não é apenas espaço de aprender os conhecimentos socialmente relevantes, mas também o espaço de convivência, de construção de laços e vínculos e o espaço de estudar. Em casa, é o espaço dos afazeres domésticos, da partilha, o que pode interferir no desenvolvimento de atividades escolares. E nós professores, vivemos o mesmo sentimento da ausência física, aliado aos constantes ataques a educação em nosso país, num novo processo de sucateamento da educação, que envolve não apenas a estrutura física como também nosso trabalho docente, repetindo cotidianamente que o ensino automatizado é mais rápido, repetitivo e eficiente pois garante a máxima absorção do conteúdo, como se aprender fosse apenas repetir o dito. São tempos difíceis que pedem ainda mais o fazer coletivo, socialmente referenciado, crítico e reflexivo!
ExcluirNeyla, é uma satisfação acompanhar a sua conferência! Você destacou o processo de exclusão que atinge grande parte dos sujeitos da EJA. Nesse sentido, se essa exclusão também abrange o acesso para uma "cidadania digital", gostaria de aproveitar para perguntar como você vislumbra a implementação na EJA de uma educação on line, mesmo que em caráter temporário, devido a pandemia em curso? Moisés Leal Morais
ResponderExcluirOi Moisés, obrigada pela sua presença! É uma alegria compartilhar esse espaço com colegas tão queridos! Quanto a reflexão sobre a educação de jovens e adultos em tempos de pandemia, juntamente aos novos(velhos) desafios estão a luta por uma educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada. Nesse sentido, que estejamos atentos a implementação de propostas que mantenham a qualidade do diálogo com os sujeitos da EJA, inclusive com recursos tecnológicos adequados e suficientes. Não podemos aceitar menos do que isso para todos! Por outro lado, não acreditamos em uma EJA a distância. As experiências nos dizem que, prioritariamente, a escola é lugar de acolhimento e vínculo. Que pensemos em condições seguras de retorno as aulas presenciais, quando isto ocorrer e, até lá que os meios tecnológicos sejam garantidos a todos para a manutenção do diálogo, dos afetos e da esperança. Como disse, em tempos tão difíceis, nossos estudantes são os mais ameaçados: pela doença, pelo desemprego, pela fome e pela perpetuação da negação do direito a vida e a educação.
ExcluirNeyla, parabéns pela conferência e pela sua incansável luta em defesa da Eja. Percebo que mesmo sendo um aspecto legal a obrigatoriedade de ofertas de cursos na modalidade EJA/PROEJA nossa instituição tem demonstrado resistência quanto a criação desses cursos. Enquanto servidora conhecedora desse compromisso ético um dos aspectos que percebo como desafiador é a formação dos nossos profissionais e o engajamento dos mesmos. Quais estratégias iniciais você nos indicaria para movimentar a instituição em se aproximar e acolher a EJA de forma justa, amorosa e ética?
ResponderExcluirOi Grace, que prazer estarmos juntas neste espaço de discussão! Quanto a essas estratégias para sensibilização de nossas instituições para oferta de cursos de EJA/PROEJA, acredito que reconhecer os sujeitos da EJA como detentores do direito a educação, seja um importante passo. Aliado a isso, entender o importante papel que nossa instituição ocupa na formação da classe trabalhadora de nosso país. E isto perpassa processos de formação continuada dialógica e aberta para docentes, gestores e TAEs. Um outro elemento relevante é trazer a comunidade para o coração da instituição e, isto perpassa sensibilidade em olhar as necessidades educativas que estão do outro lado do muro.
ExcluirOlá, professora Neyla.
ResponderExcluirTudo bem?
Espero que sim.
A educação, mas não somente, foi pega de "calça-curta" pela pandemia. A fala da senhora chamou atenção para os desafios da modalidade EJA. À vista disso, como a senhora enxerga o impacto desse tempo pandêmico no currículo da EJA? Qual conhecimento/habilidade desponta como urgente na formação dos(as) educandos(as) da EJA?
Parabéns pela exposição.
Forte abraço.
Antonio José de Souza
(Itiúba/BA)
Olá prof Toni, muito grata por sua presença! Sim, a EJA vem lidando há muito tempo com o descaso e a falta de políticas públicas educacionais que priorizem uma educação de qualidade socialmente referenciada para estes sujeitos. A pandemia nos impulsionou a ir a "linha de frente" da luta por uma educação que respeite as condições de existência desses sujeitos. E isso implica, no currículo e nas práticas escolares, o contínuo combate a culpabilizar o sujeito pelo insucesso, a aceitação da evasão como elemento cultural da EJA, ao esvaziamento dos currículos dos conhecimentos socialmente relevantes para a formação dos jovens e adultos em nome de uma aceleração dos processos educativos. A pandemia acentuou esses embates! Nesse cenário se torna (ou se reforça?) uma educação que possibilite ao estudante entender a realidade que lhe é imposta: uma falsa ilusão empreendedora como resposta em tempos de crise para quem não tem renda; o desafio horripilante entre as condições precárias de trabalho e a própria saúde; enfrentar o vírus ou o desemprego. Qual o nosso papel enquanto escola? Auxiliar o sujeito a entender o que causa essas decisões entre viver e morrer para que possa olhar esse mundo com mais esperança e possibilidade de existir. E isto, nenhum instrumento tecnológico traz, só a relação intencional de educando e educador.
ExcluirOlá Neyla parabéns pela resistência dentro da modalidade Educação de Jovens e Adultos.
ResponderExcluirObrigada! Vamos junt@s!
ExcluirParabéns prof. Neyla!!! Que explanação maravilhosa!!!! Diante da pandemia, o que fazer para que esses sujeitos da EJA, não desmotivem a dar continuidade em seus estudos?
ResponderExcluirParabéns prof. Neyla!!! Que explanação maravilhosa!!!! Diante da pandemia, o que fazer para que esses sujeitos da EJA, não desmotivem a dar continuidade em seus estudos? Nádia de Sousa Silva.
ResponderExcluirOlá Nádia! Que bom que gostou! Acredito que a manutenção do vínculo com os estudantes é uma estratégia e um desafio. É um tempo difícil para todos nós, mas a manutenção do diálogo nos permite compreender o lugar de fala desses sujeitos. No entanto, é importante compreender que os desafios da pandemia afetam a vida, a saúde, a manutenção da família, a moradia... Precisaremos de ações que não dependem apenas do ambiente escolar para que este sujeito retorne a escola, uma vez que nossa sociedade sairá mais empobrecida desse momento, o que pode obrigar nosso estudante a fazer escolhas difíceis. Ainda assim, a manutenção do diálogo e do afeto podem fazer este estudante voltar a escola, mesmo que não seja imediatamente após a pandemia.
ExcluirOlá Neyla! Parabéns pela conferência! Excelentes contribuições, muitos aprendizados. obrigada! Compartilho das mesmas dúvidas dos colegas: A evasão da EJA é um desafio em aulas presenciais; e pós pandemia? o que fazer? Gostaria de saber a sua opinião nesse sentido.
ResponderExcluirLetícia Caribé Batista Reis
Oi Letícia, que bom que está aqui conosco! Sei de sua preocupação com nossos estudantes e sua pergunta é justa, carregada de sentimento e comprometimento. Acredito que precisaremos compreender como nossos estudantes vão passar por este processo. Como uma parcela empobrecida da população, quais serão suas condições objetivas de vida para retornar a escola? Num curso de educação profissional como o nosso, um dos desafios talvez seja a necessidade de torná-lo cada vez mais prático, mais próximo do cotidiano e dos problemas que eles enfrentam para viver. No entanto, não podemos esvaziar o sentido da educação profissional. Um outro elemento é a política de assistência estudantil. Com o crescente desemprego e o esvaziamento do trabalho informal, a manutenção do vínculo com a escola pode ser um desafio em razão das dificuldades financeiras. Ainda, um elemento que pode ser diferencial, é a manutenção do vínculo conosco, com a instituição, com os colegas... Na pandemia, além das dificuldades financeiras vivemos o isolamento social e isto pode afetar a forma como nos relacionamos com os outros e com os lugares. Reconstruir e manter este vínculo é também um desafio!
ExcluirProfa. Neyla,
ResponderExcluirobrigada pela apresentação. As reflexões apresentadas são muito importantes e nos lembram que temos ainda muitos desafios para pensar em uma escola que contemple as especificidades de uma educação para jovens e adultos. Certamente, em um contexto pandêmico e pós-pandêmico, e com a maior precarização do mundo do trabalho, precisaremos nos concentrar ainda mais em uma prática que mantenha os alunos nas escolas e/ou conectados de alguma forma às escolas.
Abraços, e mais uma vez, obrigada
Melina Mörschbächer.
Oi Melina, agradeço suas palavras! O cenário de incerteza pós-pandêmico nos desafia a olhar com ainda mais criticidade para estes sujeitos e esta modalidade! Sigamos!
ExcluirOlá Neyla! Que maravilha ouvir seu debate.
ResponderExcluirÉ com muita satisfação que leciono no EJA, mas é preocupante ver a realidade de evasão dos alunos, e sabemos que é um conjunto de professores que fazem parte das turmas. Assim, qual o melhor método que devemos utilizar para tentar reduzir a evasão.
Maria Erenita de Amorim coelho
Oi Erenita, que bom nos encontrarmos aqui! Essa questão do abandono/evasão dos estudantes de EJA não está centrada somente nas estratégias da escola/instituição. Isto porque, como a pandemia destacou, diversos fatores que levam esses estudantes a se afastarem da escola são pessoais, de saúde, de trabalho, afetivos, de relacionamentos familiares... Por outro lado, os estudantes que percebem pouca relação dos conhecimentos escolares com a vida também questionam a necessidade de continuar frequentando a escola. Dessa forma, acredito que o ponto de partida é compreender as realidades de vida dos nossos estudantes e buscar relacionar os conhecimentos escolares com as experiências de vida. Esta não é uma tarefa fácil! No entanto, podemos dar o primeiro passo.
ExcluirOlá Professora,
ResponderExcluirMuito importante a temática que apresenta, parabéns!
Sou servidor do IFSul - RS, creio que a EJA e, no caso dos Institutos Federais, o PROEJA, seja uma das ações mais significantes quando queremos que a EPT contribua para a transformação social e a melhoria das condições de vida e de trabalho daqueles que não puderam aproveitar a escola no tempo certo. No entanto, para que isso ocorra, penso que a EPT para a EJA, precisa estar focada em uma educação omnilateral e transformadora para que este momento não seja apenas outro semelhante àquilo que fez com que o jovem ou o adulto deixasse a escola (por necessidade ou por opção). Diante disso, meu questionamento é sobre como fazer do PROEJA (em relação às práticas docentes), um espaço efetivo de transformação social para os educandos, trazendo uma concepção diferente de um mero espaço de profissionalização ou de mais um espaço conteudista e desconexo com a realidade deste público, considerando, ainda, a visão transformadora de educação de Paulo Freire.
Obrigado!
Davi Henrique Rosskopf
Olá Davi, agradeço por sua presença aqui neste debate! Seu questionamento nos carrega para uma reflexão acerca do direito humano a conhecer os saberes socialmente acumulados como estratégia de construção de espaço de poder. Nesta reflexão, questiona-se o papel da escola, do estudante e do professor. Quais conhecimentos socialmente relevantes os estudantes de EJA (trabalhadores, em sua maioria em subempregos ou informais, desempregados, negros e negras, sem moradia digna...) necessitam ter acesso na escola para refletir sobre si e sobre o mundo? Acredito que nossos currículos e, consequentemente, nossas práticas necessitam estabelecer este diálogo com essas condições objetivas de vida dos sujeitos para fazer sentido para este estudante. Por outro lado, como se percebe o professor de EJA neste processo? Seu papel está vinculado a transmissão de conhecimento? E este último lugar é muito cômodo em instituições como as nossas, que formam estudantes em trabalhadores de uma profissão, ignorando o sentido da integralidade dos sujeitos. Então, a reflexão sobre ser docente de EJA/EPT é fundamental para compreender este currículo e este sujeito detentor do direito a educar-se.
ExcluirCara professora. Muito interessante sua conferência e de grande relevância para os profissionais da educação que se propõem em transformar a política pública da EJA em uma realidade. Creio que, no caso dos IFs, que ofertam educação profissional e tecnológica, ter claramente o papel social da educação e do trabalho, enquanto atividade humana emancipatória, seja extremamente importante para se desenvolver uma EJA comprometida com as demandas da classe trabalhadora. Assim, considerando o caso do PROEJA, como você acredita que a concepção de trabalho e de profissionalização devam ser ensinadas e trabalhadas em sala de aula, considerando que os educandos da EJA já são, em grande parte, trabalhadores e, portanto, emergidos em um mercado de trabalho.
ResponderExcluirAbraços.
Sandra Levien.
Olá Sandra, grata por sua presença neste debate! Acredito que sua reflexão traz em si o cerne dessa necessidade de reconhecer nosso estudante como trabalhador e de ampliar o olhar desse sujeito sobre suas atividades laborativas. Acredito que uma ideia que necessita estar difundida nesta formação, tendo o trabalho como princípio educativo, é entender que nem toda produção humana é regida pela venda de nosso trabalho para geração de lucro, portanto, pensar novas formas de trabalho, incluindo ai o colaborativo. Para os sujeitos da EJA/Proeja, acredito que é fundamental trazer essas experiências com o mundo do trabalho para as discussões em sala de aula, compartilhando conhecimentos, sentimentos e aprendizagens. E isto é fundamental em um mundo em que não há/haverá vagas para todos. Entender-se trabalhador é compreender as relações humanas de produção e saber lidar com as diversas formas como o trabalho se apresenta.
ExcluirOlá Neyla, parabéns pela apresentação, obrigada por compartilhar conosco as reflexões que nos mostra o quanto ainda precisamos caminhar, da necessidade de um olhar cuidadoso e amoroso com todos os sujeitos da EJA e de todos que atuam nos espaços da EJA. Amorosidade aqui, assumida na perspectiva freiriana, onde o amor é o compromisso com a sua causa, a causa da libertação.
ResponderExcluirObrigada Merilande por sua presença e pelas suas palavras! A EJA nos move!
ExcluirBelíssima apresentação Professora Neyla! Parabéns! Fico feliz em conhecer o trabalho de profissionais tão competentes e comprometidos com EJA. Sua fala nos traz coragem!
ResponderExcluirSem dúvida, é de grande importância compreender as transformações e os desafios da Educação Profissional integrada a EJA.
Como a senhora brilhantemente relatou, temos uma demanda imediata para o PROEJA e precisamos lutar por sua consolidação enquanto política pública, pois a classe que vive do trabalho não pode continuar privada de uma educação libertadora por um modelo econômico cruel e excludente. Por outro lado, os docentes enfrentam dificuldades pois não vivenciaram uma formação para atuar na EJA assim como desconhecem as especificidades deste público e da própria EPT. Somado a tudo isso, estamos diante de um cenário de retrocesso nas políticas públicas para a Educação de Jovens e Adultos com a omissão do MEC em muitos aspectos a exemplo da redução absurda do Programa Brasil Alfabetizado e o fim da SECADI o que demonstra uma intenção em extinguir as ações para EJA no governo federal. Diante do atual cenário, na opinião da senhora como poderemos superar esse desafio?
Parabéns!
ResponderExcluirObrigada por compartilhar.
No EJA, há muitos adultos que não possuem facilidade em lidar com tecnologia poderá afetar no desenvolvimento da aprendizagem de algumas atividades desenvolvidas , até que domine ?
Grata
Ilza
Parabéns Neyla pela explanação. Muito pertinente a sua reflexão sobre o tema. sou professora do Ensino Médio e gostaria de saber como enfrentar novos desafios na Educação Profissional no ambiente da escola no campo?
ResponderExcluirLiz Leal Mota Capistrano
Querida Neyla, sou muito admiradora do seu trabalho! Suas falas são sempre reflexivas e indicativas de novos caminhos. Muito bom poder te ouvir e fortalecer a defesa por uma causa tão nobre que é a EJA! Parabéns por sua explanação e por sua história de luta. Abraços, Maria Aparecida Brito Oliveira.
ResponderExcluirOi Cida, obrigada por sua presença e por suas palavras! A EJA exige de nós comprometimento e é isso que nos move!
ExcluirProfessora Neyla, muito gratificante ouvir a partilha das suas reflexões e vivencias na educação. Sou de Serrinha -Ba e infelizmente, nos últimos anos, no município vivenciamos um descaso total com a EJA que perpassam por fechamento de escolas e desvalorização dos sujeitos aprendizes da EJA.
ResponderExcluirOi Lucivania, obrigada por sua presença neste evento! Infelizmente essa é uma realidade que temos enfrentado na garantia dos direitos dos jovens e adultos para concluir sua escolarização. Apesar dos dados alarmantes no estado, a prática de fechamento de escolas com o argumento da falta de demanda é uma problemática constante que temos buscado combater. No entanto, vamos nos fortalecendo com pessoas que acreditam na modalidade e renovando a força para luta de uma educação pública para todos, incluindo os jovens e adultos.
ExcluirColega Neyla, é sempre bom ouvir suas considerações e conhecimentos quando falamos da EJA!! Tenho aprendido muito contigo nesses quase 4 anos de IF Campus Serrinha. Meu muito obrigada pelos ensinamentos e experiências compartilhadas! Continuaremos juntos em busca por melhores caminhos e visibilidade da EJA, principalmente no Campus Serrinha! Grande Beijo, Adrielle Souza Leão Macêdo
ResponderExcluirOi Adrielle, é uma alegria continuarmos nos encontrando neste espaços! Com certeza, temos vivenciado muitos enfrentamentos e alegrias em nossas andanças no If Baiano Campus Serrinha e vamos continuar firmes no propósito de fortalecer a EJA em nossa instituição.
ExcluirFirmes! Avante
ExcluirPrezada Neyla, parabéns pela. Abordar essa questão do EJA é realmente pertinente, pois, estamos retratando o trabalhador brasileiro, que muitas vezes saem de madrugada para trabalhar e chegam cansado ás 18 h, e ainda assim, se fazem presentes na sala de aula, mesmo esgotados, e sobre isso, minha indagação é como a escola pode desenvolver um plano educacional que comtemplem esses estudantes de modo que , não se torne uma educação de comprimento de horários, e que comtemplem as realidades desses alunos.
ResponderExcluir( Renildo Almeida)
Obrigada, professora Neyla pela partilha e por contribuir para o pensar sobre a Educação de Jovens e Adultos. Sua aula foi bastante interessante e trouxe apontamentos fundamentais para a reflexão acerca do tema abordado.
ResponderExcluirMaíra Vitória Moreira dos Santos